Sorocaba está no 5º lugar nos segmentos econômico e médio padrão no índice IDI Brasil
Sorocaba registrou avanços expressivos no Índice de Demanda Imobiliária (IDI Brasil) no segundo trimestre de 2025 e consolidou-se como um dos principais polos de avanço do setor no País. No segmento econômico, voltado a famílias com renda entre R$ 2 mil e R$ 12 mil, a cidade subiu duas posições e alcançou a 5ª colocação nacional, com índice de 0,724. O desempenho foi ainda mais significativo no médio padrão, destinado a famílias com rendimentos entre R$ 12 mil e R$ 24 mil: um salto de oito posições levou Sorocaba à mesma 5ª colocação, tornando-se a única cidade que não é capital estadual entre as primeiras do ranking.
No alto padrão, renda acima de R$ 24 mil, o município conquistou nove posições em relação ao trimestre anterior e passou a integrar o seleto grupo dos dez mais bem avaliados do País, apoiado pelo aumento da demanda por lançamentos voltados a esse público.
O estudo, conduzido pelo Ecossistema Sienge, CV CRM e Grupo Prospecta, analisa 77 cidades brasileiras com potencial de investimentos em imóveis residenciais verticais e funciona como um termômetro da demanda imobiliária nacional. Os resultados colocam Sorocaba em evidência e ajudam a explicar o interesse crescente do setor em um mercado que, nos últimos meses, mostrou vitalidade em praticamente todas as frentes.
Investimentose emprego
Para José Augusto Viana Neto, presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci) do Estado de São Paulo, a cidade atravessa um momento singular. “O mercado imobiliário em Sorocaba tem apresentado resultados expressivos, chamando atenção não apenas na imprensa nacional, mas também internacional. Os grandes investimentos realizados na cidade e na região estão impulsionando fortemente o setor”, destaca.
Viana Neto lembra que, enquanto em outras regiões do Estado as altas taxas de juros reduziram a frequência de negócios, em Sorocaba ocorre o oposto. “Na pesquisa realizada em julho e comparada com junho, houve um aumento significativo tanto nas compras e vendas de imóveis, quanto no setor de locações. No consolidado dos sete primeiros meses do ano, o saldo também é positivo em ambos os segmentos. Em Sorocaba, o movimento está aquecido”, ressalta.
Esse dinamismo, segundo o presidente do Creci-SP, está diretamente ligado aos investimentos que vêm gerando emprego e renda formal. O avanço da contratação com carteira assinada ampliou o público apto a financiar imóveis, o que se reflete no perfil das transações realizadas.
“Cerca de 70% das transações em julho foram de imóveis até R$ 500 mil, dentro do limite do programa Minha Casa Minha Vida, que oferece taxas de juros de 10% ao ano, bem abaixo da Selic, hoje em 15%. Tudo indica que esse segmento continuará crescendo em Sorocaba”, avalia. Ele diz ainda que praticamente tudo que é lançado no município é rapidamente vendido, evidenciando que o mercado trabalha no limite da oferta.
Consórcio
Ao mesmo tempo em que o crédito habitacional via programas oficiais movimenta a base do mercado, Sorocaba também assiste a uma expansão do consórcio imobiliário, um modelo que vem conquistando espaço como alternativa ao financiamento tradicional.
O economista Marcos Canhada considera esse movimento como um comportamento mais consciente das famílias. “Famílias mais conscientes financeiramente buscam evitar juros altos e restrições do crédito tradicional, planejar a compra com segurança e contornar exigências como entrada elevada. Em Sorocaba, onde o mercado imobiliário mostra dinamismo, este comportamento sugere que os consumidores locais estão adotando estratégias mais cuidadosas e pensadas para realizar o sonho da casa própria com menos risco e mais previsibilidade”, observa.
Canhada considera que o cenário de juros altos e inflação persistente também explica a procura pelo consórcio. Segundo ele, essa é uma modalidade adequada para quem não tem pressa em ocupar o imóvel, mas deseja construir patrimônio de forma mais econômica.
“Em vez de assumir um financiamento caro e imediato, muitos optam por aguardar a contemplação e economizar no custo final. Isso se alinha ao comportamento de famílias planejadas financeiramente, que podem ou preferem esperar para pagar menos”, diz Canhada.
Mercado paralelo
A expansão do consórcio, no entanto, cria um mercado paralelo de cartas contempladas que movimenta corretores e investidores. José Augusto Viana Neto acredita que não deve haver impacto relevante nos preços da cidade, justamente porque a oferta já é limitada e a velocidade das vendas é alta.
Para ele, a presença de muitas cotas contempladas não utilizadas indica que boa parte dos compradores não busca a casa própria, mas sim uma forma de poupança e posterior revenda da carta.
“No momento da compra do consórcio não é exigida comprovação de renda ou nome limpo, mas, para utilizar a carta, essas condições passam a ser obrigatórias. Assim, muitas pessoas não conseguem usá-la”, explica.
Diante disso, os corretores têm buscado essas cartas para revendê-las a quem realmente pretende adquirir um imóvel. “Para quem deseja comprar para morar, elas podem ser um ótimo negócio, especialmente quando contempladas logo no início do consórcio, oferecendo entrada à vista e prazo longo para pagamento”, considera o presidente do Creci-SP.
Fonte : Jornal Cruzeiro do Sul